Eu estava correndo, correndo rápido e sem olhar para trás.
Talvez eu estivesse olhando para trás para ter certeza de que o que me
perseguia estaria longe o suficiente para que eu pudesse parar de fugir.
Eu sabia muito bem do que eu estava fugindo, mas preferia não contar para ninguém, não confessar. Preferia enganar a mim mesmo que eu não
sabia do que eu fugia. Preferia mostrar isto, por meio de ações um tanto quanto
fáceis de identificar.
Foi quando no auge da minha corrida olhei para trás por mais
um instante, e eu vi que o que me perseguia já não estava mais atrás de mim,
foi quando eu vi que podia parar de correr, e aproveitar a paisagem tão linda
que estava em volta de mim naquele momento.
Eu estava distraído neste momento, fui curtindo a paisagem, olhando
tudo, aproveitando as coisas ao máximo, conhecendo as coisas e sensações
daquele lugar, mas eu estava muito distraído...
Foi quando vi algo, algo diferente de todas as coisas as
quais eu tinha visto por ali antes, era algo diferente e que realmente me
chamou atenção. Eu não sabia o que era, mas só sei que fiquei fascinado por
aquilo. Foi quando senti uma sensação ruim, de que algo estava prestes a
acontecer, mas eu ignorei esta sensação, pois eu estava hipnotizado por aquele
momento, com algo tao belo em minha frente.
Senti tantas coisas boas e alegres naquele momento, foi
quando aquela sensação voltou com tanta força que fui obrigado a olhar para
trás.
Quando olhei para trás estava lá, forte, imponente,
misterioso e atraente. Estava atrás de mim aquilo do qual eu estava correndo,
aquilo que eu queria que nunca me alcançasse, mas eu não pude fugir, pois ele
sempre me alcançava quando eu me distraia.
Tentei voltar a minha distração, não à minha distração com
aquele algo cativante e único que eu havia visto primeiramente, mas com todas
as outras coisas boas que estavam ao meu redor, mas não fui forte o suficiente
para ignorar meu perseguidor, e muito menos ignorar aquela coisa tao cativante.
Foi quando vi os dois, juntos, unidos em um só. Algo tão belo, algo tão
perfeito, que nem me culpo por talvez exagerar no meu julgamento. Mas sei que o
que vi, aquelas duas coisas juntas, tao misteriosas, tao belas, e tão
perigosas... Me passavam a impressão de perigo e perfeição.
Agora estou aqui, no meio deste lugar estranho, parado e
encarando algo tão hipnotizante, sem saber o que fazer.
Apenas tentando criar coragem para fugir, criar forças para
correr, tentar não ser pego pelo amor novamente.
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